Campus Itapina conquista Patente Verde com máquina que economiza água na agricultura

No dia 6 de maio de 2025, o Campus Itapina celebrou a concessão de sua Patente Verde junto ao INPI para a tecnologia, batizada de “Equipamento de Higienização de Rizomas, Raízes, Colmos, Tubérculos e Similares”, que foi inteiramente projetada e prototipada no Campus, por meio do programa Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAC) e em parceria com o microempreendedor João Paulo Klemz
A máquina adota um sistema duplex de duas peneiras circulares: a primeira realiza a pré-lavagem usando água recirculada para remover sujeiras mais grossas; a segunda, com água limpa, assegura o acabamento conforme normas sanitárias – requisito essencial para mercados de exportação.
O equipamento se destaca pela reutilização de água, reduzindo em até 70% o consumo hídrico em comparação a métodos convencionais — que ultrapassam 11 mil litros para higienizar 40 caixas de gengibre — além de otimizar o uso de energia elétrica e aprimorar a ergonomia dos operadores.
“Estudamos quatro a cinco modelos tradicionais, incluindo patentes chinesas e indianas, e desenvolvemos uma máquina que une eficiência, homogeneidade e economia de recursos”, explicou o professor Raphael Moreira, líder do projeto no Campus Itapina
Segundo Raphael, a ideia surgiu a partir de investigações do professor do Ifes Sávio Berilli e a equipe de inventores sobre a cadeia produtiva do gengibre no Espírito Santo.
O caminho até a patente, porém, passou por desafios logísticos. “Tínhamos a ideia e o projeto desenhado, mas faltava a estrutura para construir o protótipo na própria instituição. Foi fundamental fechar uma parceria com empresa especializada em lavadores de gengibre, integrando seu know-how à nossa pesquisa”, revela Moreira.
Desde 2022, o desenvolvimento contou com a participação de mais de sete bolsistas de iniciação científica, alunos de mestrado e uma equipe multidisciplinar de 18 profissionais. O apoio da Agência de Inovação do Ifes (Agifes) foi decisivo para adequar toda a documentação e atender às exigências do INPI – cujo programa Patentes Verdes prioriza pedidos de tecnologias ambientais, reduzindo o tempo médio de exame de cerca de 4,5 anos para apenas 9 meses.
Para o Campus Itapina, a conquista reforça o compromisso com a pesquisa aplicada, a formação de recursos humanos e o desenvolvimento regional sustentável, contribuindo diretamente para a melhoria de processos produtivos na agricultura brasileira.
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